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O QUE É ABUSO?

Algumas pessoas não sabem o que é abuso. Acreditam que os pais eram normais, que apenas deram disciplina.
Ao normalizar o abuso, a pessoa o internaliza como algo "comum".
Quem não sabe o que é abuso, pode se tornar uma pessoa abusiva (ou vítima de novos abusos).
Por isso, é tão importante entender este assunto. Assim, é possível quebrar o ciclo de abuso geracional (que passa de geração para geração).

ABUSO VERBAL

Humilhar com palavras. Usar palavras para ferir. Xingar. Usar palavras pejorativas, etc. Pode ser sutil e disfarçado.

ABUSO EMOCIONAL (inclui o abuso verbal)

Por omissão: ignorar necessidades emocionais da criança. Privá-la de socialização. Tratar com frieza e desprezo. Não proteger o emocional infantil.

Por ação: tratar a criança como adulto. Cobrar comportamentos fora da capacidade infantil. Manipular. Mentir. Fazer terrorismo psicológico. Causar emoções negativas propositalmente, etc. Praticar alienação parental (SAP).

ABUSO FÍSICO

Por omissão: negligenciar a criança. Deixar de: alimentar/orientar/vestir/cuidar. Se retirar da casa e deixar crianças sozinhas, etc.

Por ação: agredir fisicamente, mesmo sem deixar marcas. Algo leve, para causar impacto psicológico, também é abuso (Uma forma de aterrorizar a vítima).

ABUSO SEXUAL

SEM CONTATO: expor a criança a conteúdo sexual (revistas, filmes, etc.). Falar de sexo precocemente. Expor o corpo e órgãos sexuais para a criança, pessoalmente ou em imagens. Enxergar erotização na criança. Revelar detalhes da vida sexual, etc.

Com contato: tocar a criança de forma sexual ou praticar o ato sexual. Pode começar como brincadeiras. Brincar de abaixar a calça ou tirar roupas. Passar cremes no corpo da criança. A mãe pode esconder os abusos na hora do banho, ficando nua junto com a criança. Nem sempre é explicito. Pode ser velado, para que não seja identificado.

O abuso sexual infantil não é feito apenas por pedófilos. Algumas mães usam o abuso sexual como forma de punição ou vingança. Uma forma de extravasar o ódio que sentem.

O abuso contra crianças é muito grave, pois se trata de violência contra alguém incapaz de se defender.

Ainda há um tabu na sociedade. Não se admite que uma mãe possa abusar dos próprios filhos.

No entanto, é possível observar que isso, infelizmente, acontece. Existem relatórios da OMS e UNICEF mostrando que o abuso infantil chega a ser epidêmico em alguns países.

Verbal

Emocional

Físico

Sexual

"Nem todas mães narcisistas molestam suas filhas. Mas eu acredito que mães que são capazes de abusar sexualmente de suas filhas, possuem o Transtorno de Personalidade Narcisista"

Julie Brand, autora do livro "A Mother’s Touch: Surviving Mother-Daughter Sexual Abuse"

"O estudo descobriu que o maior indicador para uma criança se tornar um pai abusivo, não é ter sofrido abuso. É ter sentido que não era amada e era indesejada pelos pais - algo comum, claro, entres crianças abusadas. Mas também, em famílias onde não há abuso explícito**."

** onde há apenas negligência e abuso emocional discreto.

Daniel Goleman. 1989. The New York Times.

LINK: http://www.nytimes.com/1989/01/24/science/sad-legacy-of-abuse-the-search-for-remedies.html?pagewanted=all

"Embora, seja assumido que o abuso físico é mais prejudicial do que os outros tipos. Descobrimos que todos** estão associados a consequências similares."

** abuso verbal, emocional e negligência.

David Vachon. Professor no Departamento de Psicologia na Universidade McGill. Em entrevista para a CBS. 2015.

LINK: https://www.cbsnews.com/news/emotional-abuse-in-childhood-as-harmful-as-violence-or-neglect/

Para saber as consequências do abuso infantil, leia:

A FILHA > Características

REFERÊNCIAS:

Ogilvie, B., & Daniluk, J. (1995). Common themes in the experiences of mother-daughter incest survivors.

Rosencrans, B. (1997). The last secret: Daughters sexually abused by mothers.

FitzRoy, L. (1997). Mother/daughter rape: A challenge for feminism.

Krug, R. (1989). Adult male reports of childhood sexual abuse by mothers: Case descriptions, motivations, and long-term consequences.

Hetherton, J. (1999). The idealization of women: Its role in the minimization of child sexual abuse by females.

Lawson, C. (1993). Mother-son sexual abuse: Rare or underreported? A critique of the research.